quinta-feira, 12 de julho de 2018

Uma família no Atacama - Parte 1

Dia da Laguna Cejar e Valle de Marte. Atacama em família de carro.


Laguna Cejar, Ojos del Salar , Tebenquiche e Valle de Marte

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Ojos del Salar... dois círculos perfeitos no meio do deserto

Mais um dia frio e preguiçoso surgia e nós estávamos bem preocupados com nosso meninão que não havia passado bem à noite, resultado da corrida congelante à 4000 metros de altitude do dia anterior. Achamos melhor pegar leve naquele dia e dar um tempo pra ele se recuperar (um tempinho bem curtinho). 


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A parte mais difícil do dia era tirá-las da cama e convencê-las de que o banho era necessário

Fui até a Caracoles, comprei alguns remédios e folhas de coca, fui no mercadinho, troquei dinheiro e comprei umas lembrancinhas... me senti uma local por alguns instantes... foi delicinha andar pela caracoles logo cedo, observando os cachorrões despertarem para um novo dia, ver o pessoal das lojinhas varrendo a rua de terra ( oi???) e molhando a rua para evitar o pó. Amo observar o dia-a-dia das pessoas, amo ver como temos nossas semelhanças e diferenças... viajar nos proporciona experiências que sala de aula nenhuma poderia proporcionar e a Caracoles, naquela manhã, me ensinou como o simples pode ser lindo! 


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Cheguei no hotel e encontrei o Carlos trabalhando, toco encapuzado, do lado de fora do quarto perseguindo os raios de sol... fiquei sem saber se ele estava atrás de vitamina D para se recuperar ou se estava fazendo fotossíntese... de qualquer forma, depois de vê-lo trabalhar durante às férias, resolvemos abreviar seu período de recuperação.
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Pensa numa pessoa que nunca se desliga do trabalho





Mais uma vez encontramos uma estrada tranquila, com um deserto de sal que se abria à nossa frente e enchia nossos olhos de admiração e curiosidade.Chegamos na entrada do parque faltando cinco minutos para as duas da tarde e recebemos a deliciosa informação que a entrada antes das 14 horas custa 10.000 e após esse horário o valor sobe para 15.000. Imagina se não foi uma correria para comprar os bilhetes de entrada neste cinco minutos restantes! O lugar estava incrivelmente vazio, pois as vans só chegam depois das duas da tarde ( não sei o motivo)... Ao contrário de tudo o que eu já tinha lido, ficamos só nos no mirante, podendo admirar aquele lugar diferente de tudo o que já tínhamos visto.
Em nossa programação estavam a Laguna Cejar, Ojos del Salar e Laguna Tebenquinxe... Saímos logo após o almoço (confesso que nem me lembro se realmente almoçamos 😏) e seguimos rumo às lagunas.

Se tem uma coisa que eu amo é poder fazer minha própria programação, poder mudar de planos, acrescentar ou tirar lugares do roteiro pré estabelecido... poder dormir até mais tarde se o corpo implorar por descanso, além de poder ouvir as próprias músicas e encher o carro com blusas e muitas porcarias para comer quando a fome apertar. É claro que tem aquele lado do conhecimento, onde as explicações e dicas dos guias fazem muita falta e nos deixam com muitas dúvidas para pesquisar no Dr Google no WiFi mais próximo. 

E por falar em WiFi, sempre tomamos o cuidado de fazer nosso roteiro no GPS antes de sairmos do hotel, assim a gente não se perde, não é mesmo?

Todos no carro, folhinhas de coca à mão, playlist conectada partimos rumo à Laguna Cejar, tão conhecida por suas águas salgadas o suficiente para não nos deixar afundar.



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Encontramos as lhamas pela primeira vez


O parque é muito organizado, logo na entrada recebemos instruções e um mapa.
Este lugar é muito conhecido pelas águas salgadas que não afundam. Todo mundo quer entrar para ter essa experiência...Antes de ir para o Atacama, nós nem cogitávamos a hipótese de deixar de entrar naquela água,mesmo sabendo que estávamos no inverno,  repetimos várias vezes que já que estaríamos ali, o mergulho não poderia faltar... mas a experiência do dia anterior nos assustou bastante, e se já sofremos com a água quente de Puritama, imagina a água fria e salgada! Sim meus caros amigos... desistimos, amarelamos... demos pra trás... 
O Carlos ainda deu uma de valentão e disse que queria entrar, e até me culpou por ter tirado as roupas de banho do carro ( juro que não foi de propósito). Por alguns instantes eu pensei que ele fosse entrar de cueca mesmo, tamanha empolgação que ele estava olhando aquelas águas! Mas a sanidade voltou e ele desistiu da ideia. E por falar em sanidade, depois de algum tempo que estávamos lá, chegou uma van cheia de turistas empolgados com roupões branquíssimos e chinelinhos... na mesma velocidade  que entraram, eles saíram da água. Devia estar bem fria mesmo!
São três lagoas nesta parte do passeio: a Cejar ( onde só se observa, pois é proibido entrar) e a Laguna de Piedra ( que na verdade são duas) nesta, pode se banhar. No lugar tem vestiário e banheiros, tudo muito bem organizado. E pra quem não curte caminhadas, fique tranquilo porque é tudo bem pertinho do estacionamento.
Embora a Laguna Cejar seja a mais conhecida, confesso que gostei  mais da Laguna de Piedra. O reflexo daquela água era realmente muito lindo, tirei até fotos da Mariana sem ela perceber ( ela detesta fazer pose para fotos), pois aquele momento precisava ser eternizado.



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E amei a organização deste lugar



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E para aqueles que adoram colecionar pedrinhas dos lugares que visitam, saibam que aqui não pode!😕

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O caminho do estacionamento até o mirante da laguna Cejar

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A laguna Cejar... Confesso que pensei que teria mais água

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É turista empolgada que chama, né?

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Essa vegetação me conquistou

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Uma do ladinho da outra, nem dá para se perder

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É aqui que os corajosos entram

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Aquele reflexo que você ama mesmo sem ter uma câmera de verdade

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Para tirar foto dela, só assim: de longe, com zoom, sem ela perceber

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Nesta hora o conflito de um homem: entrar ou não entrar na água gelada?

Uma coisa que também me encantou, foi a vegetação ao entorno das lagoas, imaginei mil fotos ali, mas parece que meus fotógrafos estavam meio desanimados para fotos naquele momento. Viajar em família é assim, alguns passeios empolgam mais que outros e dificilmente todos estarão na mesma sintonia,é preciso saber a hora de conter a ansiedade ( confesso que não sou boa nisso). Tirei algumas fotos com e sem consentimento dos fotografados e fomos para o próximo destino. Minha família não é muito de ficar contemplando o mesmo lugar por muito tempo ( muitos minutos), partimos então para Ojos del Salar, que fica bem pertinho dali.
Ninguém sabe ao certo como essas pequenas lagoas de água doce se formaram no meio do salar. Algumas pessoas defendem que essa formação se deu depois de uma chuva de meteoros, outros dão explicações extraordinárias sobre a presença alienígena na região... A Bia até desenvolveu sua própria teoria e gravou um vídeo que estará disponível em breve no nosso canal... Seja como for, o que importa mesmo é que o lugar é muito legal! Vi algumas fotos na Internet de pessoas mergulhando ali, mas pra variar, estávamos completamente sozinhos no lugar.
Pelo que percebi, as agências saem mais tarde para fazer esse tour, pois a ideia é observar o pôr do sol na Laguna Tebenquiche, dizem que é lindíssimo, mas como chegamos cedo, acabamos não tendo paciência de esperar e voltamos para San Pedro antes do entardecer.
Nossa passagem pela Tebenquiche foi bem rápida, o valor de entrada era 3000 pesos e acabamos nem entrando, paramos, olhamos, fotografamos e seguimos para San Pedro ( padrão de turismos Viagem na Janela Express).
Depois vi algumas fotos do por do sol na Tebenquiche e confesso que me arrependi de não ter falado para esperarmos. Uma daquelas tristezinhas de não tomar a melhor decisão na hora certa.

( foto da Internet ) O por do sol que não vimos, mas agora não adianta chorar

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Esse é um daqueles lugares que você olha e diz " UAU! Como isso veio parar aqui?

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O  carro fica ali, bem pertinho, entre uma lagoa e outra.

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Como desistimos da Tebenquiche, sobrou-nos tempo e começamos a cogitar hipóteses desorientadas... O Carlos começou a perguntar sobre a distância da Lagoa Chaxa, mas meu aplicativo não funcionava muito bem off-line e não dava dado precisos ( agora sei que estávamos a 60 quilômetros de distância, uma hora de viagem), decidimos não arriscar.
Seguimos rumo a San Pedro com o céu ainda azul, o Carlos tinha razão, ir para o hotel seria realmente um desperdício de tempo. Passamos direto pela entrada da cidade e fomos para o Valle de Marte, que foi um dos locais menos pesquisados por mim, já que achei pouquíssimas informações sobre ele nos blogs, que falavam mais do Valle de la Luna, que fica bem ao lado. Por alguns momentos, durante as minhas pesquisas, cheguei a pensar que a entrada era a mesma para os dois parques, só depois, já no Atacama é que descobri que são dois parques distintos, embora as paisagens sejam parecidas. 
O Valle de Marte é um parque onde muitas pessoas vão para praticar snowboard  ( é snowboard que fala,mesmo sendo na areia?) nas dunas ou para observar o pôr do sol do mirante, no ponto mais alto do parque. Logo na entrada fomos informados que o carro deveria ser deixado no estacionamento bem mais adiante e que haveria uma trilha de mais ou menos quinze minutos, também nos informaram que deveríamos deixar o parque às seis da tarde. 

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A entrada fica bem na beira da estrada, de frente com a estrada do Valle de la Luna


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A estradinha até o estacionamento tem paisagens incríveis! Parece cena de filma de ficção

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As fotos não conseguem expressar esse lugar!

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Do estacionamento em diante, é só subida a pé!

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O pessoal pratica snowboard em uma das dunas do parque

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Início da trilha

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A parte de areia é a mais cansativa... um passo pra frente e dois para trás

Quando nos falaram que a trilha era de quinze minutos achei tranquilo, eu só não sabia que seriam "15 minutos" numa subida íngreme e na areia! A sensação que tenho agora é que demorei uma cinco horas para subir aquela trilha! Foi sem dúvidas o maior desafio que enfrentamos, foi sofrido mesmo... A Mariana, que não curte caminhadas quis desistir várias vezes pelo meio do caminho, e acabou se entregando de vez quando viu a subida para o mirante, já no finalzinho da trilha. (sabe aquela expressão: "nadou, nadou e morreu na praia"? Com a Mari foi: "Andou, andou no deserto e parou à beira do oásis"!)

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Minha bebê desfalecida pelo caminho...

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Seguimos firme, o sol começava a se pôr e precisávamos chegar ao mirante antes dele sumir de vez... juro que tentei, mas minhas pernas não obedeciam aos meus comando e quando finalmente cheguei lá ele já tinha se deitado por trás da montanha 😢. Mesmo assim foi incrível ter chegado até lá! A vista compensou todo o esforço e toda a falta de ar que senti para chegar lá em cima! Uma mistura de cores e sentimentos que vai ficar pra sempre guardada na minha memória!

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Lamentei por não ter me programado melhor com os horários...Fazer passeios por conta própria tem inúmeros lados positivos, como economia, liberdade, tranquilidade... mas tem como ponto negativo não saber exatamente os melhores horários para as programações, a hora certa de chegar e de sair de cada lugar... Faz parte!
Ficamos um tempinho ali no mirante e logo começamos a descida de volta, a noite começava a dar os primeiros sinais e como estávamos no meio do nada, logo aquilo se tornaria um breu total. Quando chegamos ao nosso carro, já estava tudo escuro e seguimos pela estradinha só com a iluminação dos faróis, foi bem emocionante!
A caminhada custosa nos rendeu belas fotos e muitas histórias para contar. 



A imagem pode conter: Telma Garbin Caramelo, sorrindo, em pé, montanha, céu, crepúsculo, natureza e atividades ao ar livre
O ponto mais alto! Onde a vista faz tudo valer a pena

A imagem pode conter: Telma Garbin Caramelo e Beatriz Garbin Caramelo, pessoas sorrindo, atividades ao ar livre, natureza e close-up
Por fora cara de acabada, por dentro se sentindo guerreira!

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                        Tomando fôlego ou só apreciando?



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Saindo do parque no escuro

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