terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Primeira vez na Espanha

    Quando recebi o convite para encontrar com meu marido na Espanha, foi uma mistura de sentimentos: a euforia por viajar, pois sou como formiga quando encontra um pote de açúcar quando o assunto é viagem, e o medo de viajar sozinha pela primeira vez na vida.
    Meu marido estava viajando a trabalho, antes iria para Itália e Alemanha e depois me encontraria em Madri.
    É claro que como uma boa estudante de Geografia que sou eu jamais me deixaria vencer pelo medo, arrumei minha malinha generosa, passaporte em mãos, alguns poucos euros na carteira, segui rumo ao aeroporto.
      As quase onze horas de voo foram bem tranquilas, dormi, acordei, dormi de novo... Meu vizinho de poltrona era um espanhol, professor universitário do curso de Gestão Ambiental da Universidade de Cartagena, o que rendeu uma boa conversa que colaborou para que o tempo passasse mais rápido.
    Durante o voo, minha única ansiedade era avistar o deserto do Saara pela janelinha, eu estava sentada estrategicamente na janela para não perder a chance de avistar o deserto. Eu tinha ouvido dizer que não dava pra ver nada, que era só um enorme clarão, mas não importa! Eu queria ver o clarão do Saara! Fiquei com meu monitor ligado na telinha do plano de voo (nem sei se é assim que se chama) e para minha enorme frustração, pouco antes do desenho do aviãozinho entrar na região do Saara no mapa, a comissária nos avisou que ninguém deveria abrir as janelas! Foi triste saber que a tripulação não estava interessada em ver o clarão do deserto!
    Já sobrevoando solo espanhol, as borboletas do meu estômago acordaram todas de uma vez!
    Eu tinha ouvido dizer que o aeroporto era imenso! Como iria achar minha mala? Como ia pegar o transfer? E se eu não entendesse o espanhol na hora de passar ela a imigração?
    Não dava pra desistir, desci, e sim... o aeroporto é imenso! Segui o fluxo, passei pelo policial, tudo certo, depois de algumas centenas de perguntas respondidas ele liberou minha passagem, peguei um trem, cheguei e reencontrei minha malinha generosa, só faltava o transfer. Embora o aeroporto seja grande, ele não chega ser intimidador. É muito bem sinalizado, de lá saem ônibus, trem e metrô para todos os lugares, basta seguir a indicação das placas, bem diferente do aeroporto de Guarulhos, aqui em São Paulo.O hotel onde eu tinha reserva, o Meliá Barajas oferecia serviço de transfer gratuito, então nem prestei muita atenção de como fazer para utilizar os meios de transporte partindo do aeroporto.
    Ah.... o serviço de transfer! Depois de caminhar muito, atravessando o aeroporto, segui as placas com indicação "BUS HOTEL" que serve para transfer de qualquer hotel que oferece esse serviço, achei a van do Meliá, o motorista estava sentado ao volante, me identifiquei e a única reação dele foi perguntar se eu tinha reserva, não precisa agendar, à cada vinte minutos sai uma van. Eu diria que cordialidade não é o forte por lá. Entrei na van sozinha, eu era a única passageira, ele não me ajudou com a mala. Sentei e achei que seria tranquilo até o hotel, mas vivi em dez minutos mais emoções do que em dez horas de voo! À cada curva que o motorista fazia, minha mala parecia ter vida própria e tentava saltar em todos os assentos da van, eu não sabia se me segurava, se segurava a mala ou se entregava tudo para Jesus. Levei muitos golpes da mala desembestada, mas consegui chegar ao hotel a salvo, antes de descer, olhei para ter certeza de que eu ainda tinha braços, à noite, constatei que os braços ainda estavam estavam no lugar porém incrivelmente doloridos e a perna golpeada pela mala, havia ganhados alguns belos hematomas.
    Ainda sobre a mala, se você for a Espanha, saiba que ninguém carregará a sua, nem no transporte, nem no hotel, portanto pense nisso antes de escolher sua companheira!
   Lembre-se também de diferenciá-la das demais, pois na esteira, certamente haverão malas bem parecidas com a sua, na minha, coloquei além do cadeado, um lenço e uma etiqueta de identificação.

Minha companheira!





 
 

De Madri a Barcelona de carro alugado

Em uma das viagens de trabalho do meu marido, resolvi me aventurar e pegar uma caroninha com ele.
Ele foi antes, pois primeiro tinha compromissos na Itália e Alemanha. Uma semana depois de sua partida, embarquei sozinha e encontrei ele em Madri, onde ele alugaria um carro e participaria de algumas reuniões no trecho entre Madri e Barcelona.
Viajar de carro alugado pela Espanha é bem simples.
Locamos o carro no aeroporto mesmo. Pediram habilitação , passaporte, cartão de crédito com limite disponível de 400 euros e mais nada. A atendente nos disse para não nos preocuparmos pois o carro estava com seguro, nos entregou a documentação (que deve ser guardada com muito cuidado) e a chave. Fomos sozinhos ao estacionamento do aeroporto e pegamos o carro, que por sinal era novinho, um Renaut Clio, sem que nenhum funcionário estivesse presente.
Pegamos a estrada rumo a Toledo, uma cidadezinha medieval linda demais.
As estradas são muito tranquilas, bem sinalizadas e repletas de pedágios!
Estacionar não é problema, em todos os lugares existem estacionamentos públicos (que são pagos).
De Toledo seguimos para Castellón, uma cidadezinha charmosa, onde meu marido tinha que trabalhar, afinal, para ele, era uma viagem de trabalho, só eu estava turistando, de carona com ele!
Abastecer o carro na Espanha é diferente do Brasil, não existem frentistas nos postos, você abastece sozinho e se dirige a lojinha de conveniência para efetuar o pagamento. Confesso que senti certa tensão por parte do meu companheiro de viagem, mas como eu era uma simples e humilde navegadora não dei opinião e fiquei aguardando dentro do carro. O processo deve ter sido simples, pois em nenhum momento ele xingou ou reclamou, e pela cara de satisfeito que ele entrou no carro, acho que foi uma experiência bem legal.
Já os pedágios, eu não diria que foi tão bacana assim... Prepare as moedas e notas miúdas. Não me lembro quanto gastamos ao todo, mas alguns pedágios chegaram a custar 13 euros.
Você segue pela estrada e na primeira cabine não paga nada, só pega um ticket que deve ser entregue na próxima cabine, quilômetros a frente, onde você introduz aquele ticket e a máquina dá o valor que você deve pagar. Você introduz o dinheiro no local indicado e recebe um recibo impresso. Se não tiver o valor exato trocado não há problema, pois a máquina devolve seu troco. Pelo que entendi, o valor pago é de acordo com a distância percorrida. Não existem funcionários para receber ou dar informações, o processo é todo automático, assim como nos estacionamentos.
De Castellon seguimos para Barcelona, direto. Paramos apenas para comprar a Coca-Cola mais cara da minha vida! Cinco valiosos euros por uma garrafinha de 600ml quase sem gelo.
Barcelona é uma cidade linda, mas a noite um GPS é fundamental. São avenidas super movimentadas e a sinalização na cidade é um pouco confusa para quem não é da região.
Passamos dois dias em Barcelona, e como era uma viagem de trabalho, não deu para conhecer tudo da cidade, o tempo era escasso para tudo o que Barcelona tem a oferecer, mas do pouco que vimos, eu passaria uma semana ali sem tempo para ficar entediada... a cidade é linda!
Estacionar na rua é bem complicado e o estacionamento do hotel nos custou 17 euros. Perto dos pontos turísticos sempre há estacionamentos públicos (lembre-se: públicos, porém pagos!) subterrâneos e bem organizados, se você tiver algun euros, não haverá estresse, pois sempre há vagas.
Foram em média 700 quilômetros, percorridos em cinco dias, com muitos pedágios, belas paisagens, alguns castelos e muita história para contar.
O legal em alugar um carro é que você pode se dar ao luxo de parar, admirar a a paisagem e tirar fotinhos.

                                    

Caminho para Castellón


Vista de Toledo
                 
Toledo

 
 
Barcelona

Barcelona
Estacionamento
Não se esqueça de validar o seu ticket!
                                                      


Nunca pode faltar a selfie pelo caminho!