sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Valência: gostinho de quero mais

Não estava planejando sair de Peníscola e passar por Valência no mesmo dia, meu plano era visitar a cidade no dia seguinte. Porém, iríamos chegar muito cedo em Castellón e sabíamos que lá não tinha muito para conhecer. Resolvemos passar por lá para comer algo e para meu marido conhecer pelo menos um pouco da cidade, já que no outro dia ele teria que trabalhar e eu iria sozinha.
Valência é impressionante! Prédios antigos e históricos, convivem em harmonia com construções super modernas e arrojadas, tudo isso com o lindo Mar Mediterrâneo emoldurando o cenário. Andar por Valência é até perigoso... você corre o risco de tropeçar por andar o tempo todo querendo olhar para o alto dos prédios.
A cidade é dinâmica, movimentada, cheia de eventos importantes.


 
 

Ainda no carro, eu suspirava olhando tudo, mas sinceramente, perdi o fôlego quando tive a visão mais surreal de toda a minha vida no tocante a arquitetura. Avistar pela primeira vez a Cidade das Artes e das Ciências foi uma experiência arrebatadora! 
A Cidade das Artes e das Ciências é um complexo arquitetônico, cultural e de entretenimento, composto por sete construções, uma bem diferente da outra.
É neste complexo que está localizado o maior aquário da Europa, com cerca de 42 milhões de litros de água e 500 espécies marítimas.
Eu tinha planos de  visitar o aquário no dia seguinte, pois já era tarde e pagar 28 euros para ver tudo correndo não estava nos meus planos.
Passeamos pela área externa do complexo, visitamos o jardim, passamos pela ponte, subimos e descemos escadas, o que, apesar da chuva, nos rendeu belas fotos.
 
 











 
 
Estávamos exaustos, tínhamos caminhado o dia todo em Peníscola, subindo e descendo aquelas ladeiras, por isso não nos demoramos muito por ali e voltamos para o carro na intenção de voltar para nosso hotel em Castellón. Meu marido resolveu pegar a estrada margeando o mar, e o legal de andar por uma cidade que você não conhece, é que você pode ter surpresas bem bacanas.
Durante o percurso que fizemos nas ruas de Valência, meu marido só falava em uma coisa: O circuito de F1 de Valência, cada ponte que ele avistava, achava que era parte do trajeto percorrido nas corridas. Para felicidade dele, e minha também, no trajeto de volta, sem querer encontramos o local onde o GP de Valência era realizado. O cansaço dele desapareceu instantaneamente! Encostamos o carro e fomos explorar a região. A chuva tinha dado um trégua e pudemos curtir o visual com mais calma.
 

Pisando na pista sem risco de sermos atropelados

Sim!!! Ele sentou na arquibancada na esperança do Barrichello aparecer, mesmo que atrasado.



 
Eu sabia que Valência tinha muito para me mostrar, queria mesmo voltar no dia seguinte, enquanto o marido estivesse trabalhando.
Meus planos era pegar um ônibus de Castellón para Valência, uma distância de 100 km e chegando lá pegar o ônibus  turístico da cidade para passear pelos principais pontos da cidade, e retornar para Castellón no final do dia, pois depois da reunião de trabalho do meu marido, seguiríamos para Barcelona.
Na teoria era simples, mas no dia seguinte, fui apanhada de jeito pelo cansaço da viagem. Os dias haviam sido intensos, tudo muito corrido, afinal aquela era uma viagem de trabalho, onde eu estava de carona e tinha que me adaptar a programação, ainda tinha mais pela frente e confesso que quando acordei não tive forças para pegar um ônibus de Castellón até Valência sozinha. Depois que o cansaço passou, é claro que me arrependi profundamente e Valência é hoje para mim, como um caso de amor mal resolvido. Espero ter uma nova oportunidade de voltar e explorar a região de verdade, pois acredito que Valência vale a pena!
 
 
 
 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Um dia em Peniscola, Espanha

A beira do Mediterrâneo, localizada a 150 Km de Valência, está a linda Peníscola.
Uma cidade encantadora e excelente para um passeio de um dia. Se você for presenteado com um céu azul, melhor ainda, poderá ter a vista linda das águas verdes do Mar Mediterrâneo.
Chegamos na cidade por volta de dez da manhã, fomos de carro, partindo de Castellón. A estrada é tranquila, como a grande maioria das estradas que pegamos durante nosso roteiro.
Como na maioria das cidades litorâneas, em Peníscola você  vai encontrar restaurantes à beira mar, bares e lojinhas. Era outubro, e fazia frio,por isso ninguém se arriscou a entrar na água.
Chegando lá, você pode conhecer a cidade de carro, a pé ( se gostar de subir ladeiras) ou optar pelo trenzinho turístico que por 7 euros percorre os principais pontos da cidade, te oferecendo vistas lindíssimas, sempre moldadas pelo Mediterrâneo.
Mas o ponto forte da cidade, sem dúvidas é a presença imponente do Castelo de Peniscola, também conhecido como o Castelo do Papa Luna. Uma construção de 1294.
Hoje o castelo funciona como centro cultural, onde, principalmente no verão são realizados diversos eventos.
Nos arredores do castelo, visite também o museu do mar, é um museu bem pequeno, mas com objetos bem interessantes.
O trajeto é bem bacana, entre o sobe e desce das ruas, o guia te explica detalhes e curiosidades do local.




Impossível não dar uma de princesa na torre do castelo! 

Esta estátua é do Papa Luna





A entrada do castelo é bem bacana e íngreme, prepare as pernas e os euros, o trajeto é cheio de lojinhas que vendem de tudo!



São muitos degraus, mas a vista compensa!









 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Cidade de Castellón: uma sem teto na siesta espanhola

Castellón, uma cidade localizada a aproximadamente 280 Km de Barcelona, era nosso QG, era lá onde meu marido teria algumas reuniões de trabalho.
Nos hospedamos no Hotel Intur, que fica no centro da cidade e oferece um café da manhã maravilhoso, por um preço nem tão maravilhoso assim (10 euros por pessoa).
Era nosso último dia em Castellón, à noite iríamos para Barcelona.
Meu marido saiu para o trabalho e eu tinha até o meio dia para fazer o check-out no hotel.
Tomei meu café da manhã, um bom banho, coloquei as malas no carro e fiz o check-out, a atendente, generosamente permitiu que o carro ficasse na garagem até o final do dia, quando meu marido retornaria da reunião de trabalho, às cinco da tarde.
Eu teria a tarde toda para conhecer a cidade, e para fazer comprinhas, já que nos dias anteriores tinha optado por passear nas cidades mais conhecidas, pelas redondezas. Saí toda animada, ao meio dia, pronta para descobrir o que Castellón tinha para me oferecer...
Caminhei pelo centro da cidade, entrei em algumas lojas e me perdi numa simpática lojinha de artigos "tipo 1,99". Estava tudo muito bom na loja quando comecei a notar que eu era a única cliente e que as vendedoras não pareciam nada animadas com a minha presença ali. Pois bem, para provar que eu não era nenhuma trombadinha latina, peguei minha cestinha de bugigangas, paguei e saí da loja, ainda tinha muitas outras que eu queria visitar e certamente seria melhor atendida.
Quando saí da loja, não parecia que eu estava na mesma cidade! Estava tudo deserto! Tudo fechado!
Era uma hora da tarde e a cidade simplesmente parou! Sim! Era a siesta espanhola! Todos tinham ido dormir e eu estava ali, com minha sacola de bugigangas, minha bolsa e minha fome...
Comecei a caminhar e o pouco de gente que vi, pareciam que estavam indo para suas casas, mas eu não tinha casa e nem hotel!
Alguns bares com aparência nada convidativa estavam abertos, mas não me atrevi a entrar. Parei  numa praça, fiz algumas selfies, tirei fotos de prédios, de pombos, de paredes e nada fazia o tempo passar.
Depois de um tempo ali, fui abordada por um guarda, que perguntou o que eu fazia ali, se esperava alguém. Expliquei a situação, mostrei meu passaporte e ele me informou, com um sorriso de prazer entre os lábios que o comércio só abriria novamente as quatro da tarde. Fiquei com muita, muita vontade de xingar! Eu deveria ter ido pra Valência! Não havia nada para fazer ali a não ser brincar de caça aos zumbis, mas eu não queria perseguir zumbis! Eu não tinha internet, não tinha telefone e nem um livro pra ler... Saí perambulando por Castellón, parei numa lanchonete de um grego que estava aberta, comi um Kebab, e continuei andando. Conversei com estátuas, visitei o prédio lindo dos Correios, andei...andei...andei...
Depois de caminhar por quase três horas, finalmente o relógio apontou o momento tão aguardado: eram quatro da tarde!
Foi impressionante ver a vida voltar à cidade! O comércio abriu, as pessoas voltaram e eu estava morta de cansada!
Comprei um sorvete, entrei em algumas lojas, mas Castellón tinha perdido a graça. Era quase hora de voltar ao hotel e encontrar meu marido, foi o que fiz...
Devo ter chegado com uma cara péssima ao hotel, pois a recepcionista perguntou meio duvidosa se eu tinha feito um bom passeio. Expliquei minha tarde linda pra ela, que lastimou por não ter me avisado sobre a siesta. Ela disse que existe uma parte da cidade que não fecha, mas agora essa informação não fazia  diferença pra mim.
Posso dizer que valeu a experiência, e no fundo, foi bom ter economizado alguns euros!
 
Castellón é repleta de praças e prédios antigos

O prédio dos Correios





Nem pude aproveitar o tempo livre...

Cidade totalmente deserta


Eu até queria um livro,
se a livraria estivesse aberta!

Só eles na rua

Tentei puxar conversa, mas fui ignorada

Apesar da tarde um tanto quanto sem graça, gostei da cidade. Na noite anterior, quando  retornarmos de Valência, jantamos na cidade e demos um passeio. A cidade é bem agradável e animada, vários restaurantes colocam suas mesas na calçada e nas praças. O pátio da igreja fica todo iluminado, um lugar bem gostoso pra sentar, tomar um vinho, bater papo ou só ficar ali, observando o vai e vem do povo que por ali passa.
A vida noturna de Castellón parece ser bem mais animada que as tardes por ali.