quinta-feira, 3 de março de 2016

Indo para Quito, Equador

Vinte e seis horas para chegar em Quito,capital do Equador

Seria mais uma viagem de trabalho do meu marido, na qual eu pegaria uma caroninha.
Comprar uma passagem de avião para conhecer um lugar diferente, pelo menos para mim, é sempre muita alegria e desta vez não seria diferente.
Passagem comprada com antecedência, vôo programado, check-in feito... Tudo certinho. Conferi mais uma vez minha mala, que havia sido estrategicamente preparada, quantidade exata de roupas para frio, calor, chuva ou nevasca, tudo ali, dobradinho e bonitinho.
Segundo meus planos, seria tudo muito simples, embarque as 6h55 em GRU, escala em Lima no Peru, já que não existem vôos diretos, nove horas me separavam do meu destino.
Nove horas não seriam problema, entraria no avião, colocaria meus fones, pegaria meu cobertor, tiraria umas fotinhos da janela e quando fosse uma da tarde (horário de Quito) eu estaria lá e ainda daria tempo de visitar o Parque metade del mundo, para tirar a tradicional foto na linha do Equador. Tudo certo, tudo perfeito... Seria. Se no meu caminho não tivesse uma Companhia aérea chamada Avianca.
Meus planos começaram a desmoronar quando ao chegar para despachar minha querida e perfeita mala fui informada que o vôo estava com duas horas de atraso. Ganhamos "tickets consolo" que nos davam direito a um lanche, isso as quatro e meia da manhã. Enquanto comia meu lanche, ia mentalmente reformulando meu passeio... "talvez não desse tempo de ir ao parque hoje, mas sem problemas, eu visitaria o centro histórico".
Entrei na sala de embarque e depois de um tempo vi uma pequena aglomeração do guichê de informações. O vôo não atrasaria somente duas horas! A saída que de 6h55 havia passado para 9h, agora passava para 13h30! Era o início de uma catástrofe para qualquer pessoa que vai viajar com um cronograma apertado e certinho.
 
 
 
Sair as 13h30 significava: perder o passeio, passar nove horas dentro de um aeroporto, aguentar pessoas mal humoradas, e pior... PERDER A CONEXÃO PARA QUITO!
Os maravilhosos e confusos funcionários da Avianca nos informaram que como não haveria conexão, dormiríamos em Lima e pegaríamos o vôo das 10h30 do domingo para Quito.
Lá vamos nós reformular os planos! "O que fazer em Lima em uma tarde" eu digitava essa frase insistentemente no Google para tentar salvar meu sábado.
Pouco tempo depois, fomos informados que o vôo atrasaria ainda mais. Conclusão: eu já estava digitando no Google: "o que fazer a noite em Lima".
Saímos de GRU exatamente as 15h15, depois de comer um pão com queijo e presunto oferecido pela Avianca como almoço.
 
 
Depois de embarcar, a estratégia era se acalmar e curtir o vôo, que por sinal, estava super tranquilo, com o avião quase vazio. Cinco horas de vôo, com direito a uma comidinha muito fraquinha.
Minha maior preocupação era se eles iriam demorar para decidir o hotel que iriam nos mandar, afinal, perder o sábado não estava nos meus planos.
 
Você olha o avião vazio e pensa: o que aconteceu??? Será que esse é um daqueles episódios de filme que o avião cai e vários passageiros conseguiram se safar?
 
Eu ADORO fronteiras!

Estudante é assim: fica coletando informações o tempo todo!

Sobrevoando o lago de maior altitude do mundo ( fonte da informação: um passageiro boliviano a bordo)


Essa é a única paisagem que conheço do Peru
 
Para minha surpresa e indignação do meu marido, ao desembarcarmos em Lima, fomos abordados pelas funcionárias da Avianca ainda no corredor de acesso ao aeroporto. Ela tinha nas mão nossos novos tickets de embarque e acreditem: estavam nos mandando para Bogotá, na Colômbia! Nem deu tempo de pensar direito, tínhamos apenas 20 minutos para embarcar, segundo ela, pegaríamos um vôo de Bogotá para Quito e até meia noite estaríamos no nosso destino. Só deu tempo de pensar: "adeus sábado"!
 
Pode estar tudo tumultuado, uma confusão danada, mas a selfie a gente não perde por nada! (aeroporto de Lima)
 
A ida para Bogotá foi tumultuada, tive que sentar separada do meu marido e mais uma vez comi aquela refeição medíocre oferecida por eles...
Ao chegar em Bogotá, fomos informados que o vôo estava com uma hora de atraso, a esta altura eu nem me importava mais... meu sábado já tinha ido para o espaço.
 
Tivemos que dormir em camas separadas, ou melhor: em bancos separados! (aeroporto de Bogotá)
 
Dormi por duas horas nos bancos do aeroporto até que ao anunciarem meu vôo, saí cambaleando e entrei na fila de embarque mais uma vez.
E olha eu outra vez, comendo a comidinha ridícula da Avianca, que a esta altura, já me dava náuseas.
Tudo bem, sem problemas... eu só queria chegar em Quito o mais rápido possível, tomar um banho e cair na cama. Perdi o sábado, mas pelo menos salvaria o domingo e iria ver o vulcão Quilotoa, que seria o passeio mais bacana da viagem.
Cheguei finalmente em Quito!!!!!!!!
Sim... EU cheguei, mas minha mala não! Ela havia se perdido em algum ponto da viagem, e sem ter certeza de que ela chegaria, eu sentei no chão e chorei... chorei muito!
Tentei me refazer, mas não conseguia... Era lembrar e chorar.
Minha vontade de chorar só passou quando no guichê de locação do carro, ficamos sabendo que o carro separado para a gente era um Spark! Minha vontade de chorar foi instantaneamente substituída por uma vontade de rir, e rir muito! Para quem não conhece o Spark, saiba que eleé tão pequeno que o pé do meu marido simplesmente não cabe no pedal do acelerador.
E lá fomos nós... pela primeira vez no Equador, dirigindo um carrinho super pequeno, sem mala, às três da manhã, tentando encontrar o hotel que ficava a 40 quilômetros do aeroporto!
Zica? Perrengue? Azar? Acho que não... era só a vida me dando mais um capítulo emocionante no livro da história da minha humilde existência!
Valeu Avianca!
 
Esse era nosso carrinho quase de brinquedo no Equador.
 

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