segunda-feira, 14 de março de 2016

Lago Quilotoa, Equador. Um lugar inspirador.

Se for ao Equador, não deixe de visitar este lugar!

Os problemas do dia anterior, como já relatei no último post, nos tiraram algumas visitas importantes , como a ida ao teleférico e ao Parque Mitad del Mundo, isso era fato, não adiantaria chorar, sim... eu ficaria sem minha foto na linha do equador!
Quando chegamos ao hotel, já se passavam das três da manhã, estávamos exaustos, depois de 26 horas de viagem ( mais uma vez: valeu Avianca!) e ainda tinha o fato de eu ter ficado sem minha mala ( valeu de novo Avianca!), mas nós não podíamos desanimar, perdemos o sábado mas o domingo estava lá, lindo e ensolarado nos esperando.
Seguimos nosso cronograma inicial, a meta de hoje era visitar a Laguna Quilotoa.
Peguei emprestada uma cueca do marido (era o que tinha disponível no momento), tomei meu banho e segui adiante, as três horas de sono seriam suficiente para me manter de pé o dia todo.
O café da manhã do Hotel Barnard é bem simples, mas honesto e bem feito. Eu comi um tal de patacón e fui arrebatada pela culinária local. Pelo que entendi, é tipo um pão, feito com bananas prensadas, simplesmente uma delícia! Eu comeria aquilo pelo resto da minha vida.
 
 
Tive que deixar alguns patacons para os outros hóspedes, eles também mereciam e eu precisava seguir viagem, pois de Quito até Quilotoa são quase três horas de viagem, e eu ainda tinha esperança (embora remota) de achar alguma loja pelo caminho para eu comprar alguma roupa limpinha ( não que eu estivesse cheirando mal, mas o efeito psicológico de ficar dois dias com a mesma roupa é terrível), nessa altura do campeonato, eu até aceitaria uma camiseta da cidade, com cores bem chamativas... Mas como vocês verão nas próximas fotos, não...eu não achei nenhuma lojinha aberta de domingo, as sete da manhã em Quito ( valeu Avianca! ).
 


Paramos em um posto, onde havia uma lojinha de conveniências e fizemos mais uma constatação: se for ao Equador, leve notas miúdas de dólares, eles NÃO trocam notas de cem dólares em qualquer lugar. Por sorte eu tinha alguns dólares em notas menores e daria para sobreviver.
A estrada até Quilotoa me surpreendeu. Uma estrada muito bem conservada, a tranquila para subir, apesar das inúmeras curvas.
 


 
Vá preparado, o lugar é realmente longe! E depois de Quito não há quase lugar para parar.
Pelo caminho haverá um pedágio, por um dólar.





 
Quando você pensa que está chegando, eis que surge uma nova montanha e mais uma sequência de curvas para você desbravar.



 
Fomos muito abençoados naquele dia. O céu estava lindo e a medida que subíamos, a sensação era de que encontraríamos as nuvens.
 
 
 
 
Um trajeto quase poético.
Sem contar que a medida que você avança, vai encontrando pela estrada vários indígenas, alguns sentados na beira da estrada, outros pastoreando lhamas e ovelhas. Fiquei maravilhada com aquele povo, mas esses detalhes quero contar num post exclusivo, pois eles merecem!
Enquanto você segue avançando pela cordilheira, vai vivendo momentos únicos, com vistas lindas e paredões fantásticos, fruto de antigas erupções vulcânicas. Muitas pessoas, ao passar por lá, pode até ser que só vejam pedras, mas eu via história!
 
 
 
 
 
 
 
 
Era incrível imaginar, que depois de ter visto tanto, o melhor ainda estava por vir, afinal, nossa visita era ao Lago Quilotoa, que simplesmente se formou dentro da cratera de um antigo vulcão.
Curva após curva, um povoado surge. A presença dos indígenas se intensificou e presenciei um dos momentos mais lindos: eles estavam indo para um casamento, a pé, pela estrada. Alguns pegavam carona na carroceria das inúmeras caminhonetes que passavam por ali, outros seguiam tranquilamente a pé. A altitude deve ser bem normal para eles, pois eu não conseguiria transpor uma única curva a pé naquela estrada sem cair desmaiada no alfalto!
 
 
 
 
 
Quase chegando, é impossível não parar no mirante do Canion  do Rio Toachi, se seu marido não estiver desesperado para chegar logo, você certamente fará belos cliques, não foi meu caso, mas fica a dica.
 
 



Enquanto eu tentava fotografar, o marido já estava entrando no carro.
Ao chegar em Quilotoa, você encontra uma guarita, e para entrar na pequena vila onde fica o lago você precisa pagar dois dólares por pessoa.
A estrutura do lugar me surpreendeu. Era uma pequena vila com várias lojinhas de artesanato local, restaurantes e estacionamentos, todos administrados pelos indígenas, que são extremamente prestativos e gentis.
Uma pequena subida te leva ao cume da cratera, de onde você pode avistar o lago. Embora pequena, como não tinha dado tempo de se adaptar aos efeitos da altitude, foi bem custoso para percorrer aquele pequeno trecho. Falta ar, falta perna, falta força e o coração parece que vai explodir. Apesar desses efeitos, felizmente não sentimos o mal da altitude que tantas pessoas falam. Algumas pessoas passam realmente muito mal, com enjoos e fortes dores de cabeça. Nós não... foi só cansaço mesmo.
Depois de percorrer mais ou menos os duzentos metros mais sofridos de nossas vidas, ficamos mais uma vez sem ar. Mas desta vez não pela altitude e sim pelo belo presente de Deus que estava diante de nossos olhos.
 




 
Aquele lugar foi simplesmente desenhado por Deus num dia de muita, muita inspiração e capricho por parte Dele.
A sensação que tive, é que no dia de fazer aquele lugar, Deus havia ganhado tintas novas e queria usar as cores mais fantásticas ali! Se você não acredita na criação divina, certamente não conhece esse lugar pessoalmente!
Eu poderia ficar aqui descrevendo a formação geológica, as dimensões e dando informações técnicas retiradas do Google, mas sobre este lugar não vou fazer isso, pois tiraria o encanto e a delícia que foi estar alí.
Dizem que alí é um lugar frio, que venta demais, que chove... Mas naquele dia não teve nada disso. Fomos contemplados por um dia de sol, quase quente. Haviam muitas nuvens, mas há 3.914 metros de altitude você está praticamente no meio delas.
Existe uma trilha que te leva até a lagoa, mas nós não quisemos descer, sabíamos que caminhar alí é bastante desgastante, uma pequena subida já te deixa sem ar... Então ficamos contemplando aquela maravilha lá de cima mesmo.
Quem tiver um bom preparo físico, dizem que para descer leva aproximadamente meia hora e uma hora e meia para subir. Uma vez lá embaixo, você pode pagar dez dólares e subir de mula.
 
 



 
Tirar um milhão de selfies alí é meio que inevitável, e se você for observador, vai descobrir que o lago fica mudando de cor a todo instante, por causa do sol e das nuvens que se movimentam sobre o lago. É simplesmente lindo!
 
Se você conseguir desgrudar os olhos do lago, vai ver que tem lugares bem bacaninhas ao redor, lojinhas curiosas vendem máscaras típicas (aquelas que você compra e não sabe onde colocar depois) e alguns restaurantes.
Entramos em um deles para comer algo simples para enganar o estômago até chegarmos em Quito.
Meu marido tem o excelente hábito de querer ser simpático com os moradores locais e pediu sugestão do chef (no caso era a índia chef), que nos sugeriu o carro chefe do restaurante. Ela nos sugeriu Cuí, com batatas, salada, milho e abacate.
E lá fomos nós!
Se você não sabe, vou te contar um segredo: cuí, nada mais é que um lindo porquinho da índia... sim aqueles porquinhos fofos que as crianças amam.
Ele chegou a nossa mesa com suas unhinhas, seus pelinhos, ossinhos e nada, nada de carne.
O restaurante era super limpo, as pessoas simpáticas, o WiFi oferecido cordialmente não conectou, mas podemos dizer que foi uma experiência bem interessante, pela bagatela de seis dólares.
 

 
Era hora de partir, seriam mais três horas para voltar a Quito, mas antes eu PRECISAVA visitar a lojinha local, e pasmem: a índia trocou nossa nota de cem dólares!Notinha trocada, lembrancinha das meninas comprada, entramos no nosso possante e seguimos felizes pela estrada.
Sim!!!! Foi uma ótima escolha visitar aquele lugar!
Mesmo se não desse para ver mais nada no Equador, já teria valido a pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário